A avaliação é um conjunto de ações que visam obter o maior número de informações sobre o paciente. Sem uma avaliação adequada e correta, é impossivel desenvolver um plano apropriado de tratamento ao paciente.
O processo de avaliação deve ser geral, observando-se os aspectos respiratórios e motores.
1. Anamnese - consiste em uma entrevista em que paciente, familiares, responsável ou profissionais envolvidos fornecem informações cruciais para a elaboração de uma hipótese diagnóstica. Deve ser composta de:
- identificação;
- queixa principal;
- história da doença atual;
- listagem de sinais e sintomas;
- antecedentes pessoais e familiares;
- hábitos de vida;
- aspectos socioeconômicos e culturais.
2. Avaliação do nível de consciencia - a redução sugere a presença de patologias que afetam diretamente o SNC ou que exercem influência sobre ele. O nível de consciência refere-se à resposta aos estímulos e à capacidade de despertar. As principais alterações do nível de consciência incluem:
- coma – ausência ou redução da capacidade de despertar e responder a estímulos;
- torpor – presença de movimentos voluntários e resposta a comandos verbais;
- confusão – perda da atenção e do diálogo coerente;
- delirium – quadro confusional associado à oscilação entre agitação psicomotora e quietude;
- obnubilação – redução e lentidão na percepção e na compreensão associadas à sonolência e à desorientação.
A Escala de Coma de Glasgow é a mais utilizada e permite a classificação do comprometimento do nível de consciência de acordo com a pontuação obtida, possuindo uma acurácia entre 80 e 90%. Essa escala avalia 3 parâmetros: abertura ocular, resposta motora e reposta verbal; é uma escala quantitativa em uma graduação que vai de 3 a 15 pontos, sendo 3 menor responsividade, 4-8 coma profundo, 9-12 coma moderado, 13-15 coma leve.
Os pacientes sob sedação tambem necessitam de avaliação, sendo a escala de Ramsay uma das mais difundidas no dia-dia. Graduada de 1 a 6 com base na progressiva resposta a estimulos.
As respostas obtidas podem ser afetadas por:
- redução da capacidade auditiva;
- presença de edema de pálpebras, hematomas e lesões que impossibilitem a abertura ocular;
- utilização de via aérea artificial, presença de lesão medular e efeito de medicamentos que afetem o SNC.
3. Sinais vitais
Os sinais vitais devem ser monitorados antes, durante e após a fisioterapia.
Os sinais vitais devem ser monitorados antes, durante e após a fisioterapia.
- Frequencia respiatoria
- Frequencia Cardiaca
- Temperatura
- Pressão Arterial
4. Avaliação neuro funcional básica
O deficit motor pode estar presente no inicio da internação por patologias neurologicas ou surgir decido a permanência na UTI.
- Força Muscular - a forma mais utilizada para avaliação é pela escala proposta pelo medical research council (MRC). Gradua-se a força: 0 (paralisia total), 1 (contração visível sem movimento do segmento), 2 (movimento ativo com eliminação da gravidade), 3 (movimento árido contra a gravidade), 4 (movimento ativo contra a gravidade e resistência), 5 (força normal). Sao avaliados os movimentos: abdução do ombro, flexão cotovelo, extensão do punho, flexão do quadril, extensão do joelho e dorsiflexão do tornozelo. Pontuação inferior a 48 é sugestiva de déficit motor grave. O déficit é classificado em: monoparesia, hemiparesia, paraparesia e quadriparesia.
- O tônus muscular é o estado de tensão permanente do músculo em resouso. Os distúrbios incluem hipertonia (aumento da resistência - pode ter origem piramidal chamada espasticidade ou extrapiramidal chamada rigidez), hipotonia (diminuição da resistência com origem medular, radicular, neuropática ou muscular) e paratonia (deficiência no relaxamento voluntario, origem de disfunções cerebrais difusas).
- Reflexos profundos - os mais avaliados são bicipital, tricipital, patelar e aquileu. Podendo ter classificação 0 sem resposta, 1 diminuído, 2 normal, 3 aumentado , 4 muito aumentado, 5 clônus sustentado.
- Estático - alterações tegumentares (cicatrizes), cianose (central - deficiencia na hematose pulmonar; periferica - aumento na estração periferica por exemplo na hipotensão grave), alterações musculares (atrofias, encurtamentos,uso musculatura acessória da respiração), formas do torax (normal, barril, cifotico, carinatum, escavatum, cifoescoliotico), baqueteamento ou hipocratismo digital (associado a doenças cardiacas e pulmonares).

Palpação toracica - avalia a presença de anormalidades como edemas, enfisemas subcutâneos, desvios de traqueia, alterações de sensibilidade, expansibilidade torácica e temperatura, além da obtenção do frêmito toracovocal. O crépito é uma sensação tatil que pode indicar enfisema subcutâneo (extravasamento de ar para tecido subcutâneo).
- Dinâmico - padrão respiratório, FR, ritmo, esforço respiratorio e expansibilidade toracica.
Padrão respiratório: respiração torácica ou costal, respiração diafragmática ou abdominal, padrão paradoxal (retração da parede abdominal e projeção externa do tórax durante a inspiração, ocorre na presença de fadiga ou paralisia diafragmática.
FR: normal de 12 a 20 no adulto. Acima de 20rpm considera-se taquipneia e abaixo de 10 bradipneia.Apneia é a parada temporaria da respiração em expiração e apneuse é a parada da respiração em inspiração.
Ritmos mais encontrados são: respiração de Cheyne-Stokes – aumento e diminuição da frequência e profundidade da respiração, seguidos de períodos de pausas respiratórias. As causas mais frequentes são a IC, a hipertensão intracraniana, o AVE e o TCE; respiração de Biot – apresenta-se com duas fases – a primeira constituída de apneia, e a segunda composta por movimentos inspiratórios e expiratórios anárquicos quanto ao ritmo e à amplitude. Quase sempre indica grave comprometimento cerebral; respiração de Kussmaul – caracteriza-se por respirações profundas e rápidas, seguidas ou não de pausas inspiratórias e expiratórias. A acidose metabólica é a sua principal causa; respiração suspirosa – apresenta-se como movimentos inspiratórios de amplitude crescente, seguidos de expiração rápida e breve. Outras vezes, os movimentos respiratórios normais são interrompidos por “suspiros” isolados ou agrupados. Traduz tensão emocional e ansiedade.
Esforço respiratório: uso da musculatura acessória, contração da musculatura abdominal expiratória, batimento de asas de nariz, tiragens intercostais, dispneia.
A expansibilidade deve ser simetrica e quivalente nos dois hemitorax.
Fonte (Sescad Intensiva de adultos; Tratado de Fisioterapia Hospitalar)
Fonte (Sescad Intensiva de adultos; Tratado de Fisioterapia Hospitalar)